Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba: Primeiros passos de uma trajetória

Em quatro anos de caminhada, a Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba já mostrou a que veio na sua vontade de fazer, trocar saberes e vencer barreiras na luta contra o racismo, no reconhecimento da luta das mulheres negras e pelo bem viver. Com o foco deliberativo na Carta da Marcha das Mulheres Negras/2015, movimento que originou sua formação, a trajetória da Abayomi tem se pautado na força da sua ancestralidade, e na busca, cada vez maior, pelo fortalecimento da identidade negra no contexto sociopolítico econômico e cultural do estado da Paraíba. Não tem sido fácil, mas, desde o dia 14 de maio de 2016, a Abayomi, pretensiosamente, vem atingindo seus objetivos enquanto entidade afirmativa do protagonismo das mulheres negras na Paraíba. 

Com passos vindos de longe e com propósitos bem definidos, a Coletiva, conduzida por um grupo de mulheres intergeracionais, fortes e obstinadas, vem conquistando a credibilidade e o respeito. Não sendo à toa que neste curto período de existência, a Abayomi já integra duas articulações de mulheres negras em âmbito regional e nacional, da Rede de Mulheres Negras do Nordeste e da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB). Em síntese, a Abayomi chegou chegando e veio se somar ao trabalho que vinha sendo desenvolvido na Paraíba pelos direitos e valorização da população negra, com destaque para as mulheres negras, e ampliação do feminismo negro, questões já pautadas pela Bamidelê – Organização de mulheres negras na Paraíba.

A Abayomi tem sua importância primordial na luta pelo fim da violência contra as mulheres, contra o racismo, pelo empoderamento e afirmação política das mulheres negras na luta por espaços de poder, sobretudo, no mundo do trabalho, na educação e na política. Espaços historicamente negados à população negra. Há toda uma caminhada pela frente, contudo, a Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba reafirma sua disposição e compromisso à seguir na luta contra o racismo, a violência, e pelo bem viver. Vida longa à Abayomi!

-Fátima Sousa e Durvalina Rodrigues