Há 14 anos o dia 21 de janeiro foi instituído como Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, em memória de Mãe Gilda de Ogum, que faleceu em decorrência de sucessivas violências sofridas por ser mulher preta e de religião de matriz africana.
Por isso o ‘21 de janeiro’ é dia de luta contra o racismo religioso que atinge as religiões de matrizes africanas e afro-indígenas, principalmente. São diferentes e recorrentes situações. Em João Pessoa, desde 2013, a estátua de Iemanjá, que fica na Praia do Cabo Branco, foi decapitada e posteriormente teve os dedos retirados.
Porque essa situação não gera comoção, indignação?
Muito pelo contrário, muitas denúncias foram feitas pelos movimentos negros e povos de terreiro, mas passados 7 anos, o símbolo religioso continua depredado. Há um constante silenciamento dos poderes públicos. Ao contrário do que acontece quando símbolos de religiões cristãs são atacados. Como exemplo temos a recente “pichação” feita na Igreja de São Frei Pedro Gonçalves (01/2021), que logo houve uma mobilização no âmbito da gestão municipal para discutir um plano para evitar depredações e impedir estes atos.
Diante do descaso, a Bamidelê – Organização de Mulheres Negras na Paraíba, a Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, o Movimento de Mulheres Negras na Paraíba e a Coletiva Aroeira de Povos de Terreiro vem a público manifestar indignação e exigir que o poder público trate a depredação da estátua de Iemanjá da mesma forma que tratou a pichação da igreja.
Convocamos você também a mostrar sua indignação frente a esse racismo religioso, usando a #porquenãogeracomoção