Pela vida das mulheres, de todas elas.


Hoje, 28 de maio, é o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e também o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. As datas marcam a importância da conscientização acerca das questões de saúde das mulheres, que perpassam seu cotidiano e o lugar que estas ocupam dentro da sociedade nas diferentes fases da vida.

O cotidiano das mulheres, dando uma visibilidade maior para as mulheres negras e pobres, é marcado por violências e microviolências que impactam diretamente na qualidade de vida e condições de saúde. O racismo, a dupla jornada de trabalho, as tarefas domésticas, violências domésticas, desemprego, falta de informação e de tempo para o (auto)cuidado são fatores recorrentes que ocasionam no alto índice de agravos à saúde e mortalidade.

Por parte das mulheres negras, o sofrimento é duas vezes maior, considerando o racismo institucional e as negligências do sistema de saúde público, principalmente no que diz respeito à sexualidade e aos direitos reprodutivos.

A mortalidade materna compreende o óbito da mulher durante a gestação até o puerpério. Dos índices de mortalidade materna registradas em 2018, 54,1% eram mulheres negras de 15 a 29 anos, tendo essas duas vezes mais chances de morrer no período que compreende a gestação e o puerpério do que mulheres brancas, diz a pesquisadora Fernanda Lopes.

A pobreza, o racismo, a falta de profissionais qualificados, serviços inadequados, violência obstetríca, LGBTQIA+fobia e práticas culturais estão diretamente ligadas às más condições do cuidado e à falta de informações sobre a saúde da mulher, das mulheres negras, mulheres lésbicas e bissexuais, das mulheres transsexuais e suas demais formas de existência, resultando no agravo à saúde e mortalidade.

Assim, é necessário que pensemos esse dia para continuarmos os passos em busca da efetivação das políticas publicas já existentes e na criação de novas políticas de prevenção para esse público, com objetivo na assistência de qualidade, no bem-estar e no direito à vida.

Texto: Texto: Janira Neta – Terapeuta Ocupacional

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