O dia 21 de Março foi instituído, como o dia Internacional contra a Discriminação Racial, pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 1966 (Resolução A/RES/2142 – XXI), em memória ao “Massacre de Shaperville”.
O “Massacre de Shaperville” ocorreu na Província de Gautung, África do Sul no dia 21 do mês de março de 1960, em meio ao Apartheid, deixando 186 pessoas feridas e 69 pessoas mortas. Cerca de 20 mil pessoas protestavam contra a implementação da lei do passe de 1945, que obrigava as pessoas negras a portarem uma espécie de cartilha contendo informações de onde poderiam ir.
Para a Organização das Nações Unidas define Descriminação Racial significa “qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública” (Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial).
No Brasil, o reconhecimento deste dia é marcado pela defesa dos direitos humanos da população negra que vem sendo intensificada desde a promulgação da Constituição de 1988. Lutar contra a discriminação, os diferentes preconceitos e o racismo é essencial para incidir na mudança da realidade de desigualdade sociorracial existente no país. Essa luta tem sido empreendida historicamente desde os quilombos, passando pelas irmandades, associações, movimentos negros, com experiências de resistência frente ao racismo estrutural.
A discriminação racial é prática contínua que gera consequências e agravos para a vida das pessoas negras, com prejuízos em todos os aspectos da vida humana. Trata-se de um problema social, que precisa ser enxergado como barreira para o desenvolvimento individual e coletivo em uma sociedade.
Por isso, seguimos lutando e denunciando as práticas discriminatórias, preconceituosas e racistas que esta sociedade produz sobre os corpos negros e exigindo respeito para com as vidas negras, políticas inclusivas e a efetivação de legislações que coibam as práticas que atentam contra a dignidade da pessoa (negra) humana.
“Se todas as vidas importassem, nós não precisaríamos proclamar que a vida dos negros importa” (Angela Davis)
VIDAS NEGRAS IMPORTAM!!!
